Já não se vê o trigo,
a vagarosa ondulação dos montes.
Não se pode dizer que fossem contigo,
tu só levaste esse modo
infantil de saltar o muro,de levar à boca
um punhado de cerejas pretas,
de esconder o sorriso no bolso,
certa maneira de associar às rolas
ou então pedir um copo de água,
e dormir em novelo,
como só os gatos dormem.
Tudo isso eras tu, sujo de amoras.
::Eugénio de Andrade::
para ti, para os nossos gatos
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